Ai o caraças, pá!

Pior que gente falsa e dissimulada é mesmo gente falsa e dissimulada que acha que nos engana.
É que não há pachorra!
Tão sensíveis aos nossos males, tão atentas, tão generosas... quando tudo o que querem é ver-nos pelas costas.
Mas para que é que o Mundo precisa de gente assim?!
Alguém me explica!

Assim de repente

Como sou doida da cabeça (é que só pode mesmo), não contente com o trabalho que faço há 8 anos... resolvi mudar!
Para uma área que não domino, em que me esforço por aprender, lembrando-me os meus tempos de estagiária.
O desafio está a ser gigante, mas dá-me uma pica do caraças, ao ponto de me levantar da cama antes do despertador tocar.
Os novos colegas são uma simpatia. Tudo gente muito boa onda.

Outro momento alto destes últimos dias, e aproveito para deixar um conselho a quem quiser, NUNCA tentem partir a casca de uma avelã com os dentes.
Aqui a Under, fracturou um dente. Isso mesmo, fracturou. O mesmo é dizer rachou o dente... A sorte é que calhei com uma dentista desenrascada que tratou do assunto em duas sessões. Aleluia!

A amiga que estava provisoriamente lá por casa, conseguiu arrendar um t1 em Lisboa por um preço absurdo mas sem ser daqueles que dá vontade de estoirar os miolos.
É impressionante o valor das casas em Lisboa... o preço de um t1 ronda os 800/900 euros. Não dá para uma pessoa levar uma vida séria... o alterne é mesmo o caminho!

Pelas ruas

de Lisboa adoro sentir o cheiro das castanhas assadas.
Falta-me o dia cinzento e o barulho de pisar folhas secas.

I'm still alive...

Ando numa lufa-lufa, com tempo só para respirar.
A francuiu foi embora de vez, e estamos a recrutar novo colega.
E a quem é que foi atribuída tão distinta tarefa??!
Aqui à estroina!
Já não me bastava o trabalho que tinha, ainda levo com mais este embrulho.
Mas digo-vos que tenho conhecido cada alminha... Ui... cuidado!!!
E para compor o ramalhete... uma amiga que se separou do marido está a viver lá em casa, até encontrar um apartamento em Lisboa com uma renda simpática.
Conclusão, aquilo lá por casa parece um dormitório da faculdade... todas as noites lá vão ter mais amigos para dar apoio, mimo, carinho, etc.
Ficamos na conversa até altas horas... e depois acordo de manhã com o Variações a fazer eco na minha cabeça... ela que não tem juízo e o corpo é que paga!

Argumentos absolutamente surpreendentes

Diz-me ela com ar atarefado: "Aguenta as coisas aqui no trabalho que vou demorar-me 15 minutos, tenho de ir ali a uma aula de catequese ou que é..."
Eu: "Catequese? Para quem?"
Ela: "Para mim! Para quem é que achavas que era???"
Eu: "Ok. Desculpa. Não te sabia assim tão católica."
Ela: "E não sou. Mas um dia posso querer casar pela igreja, e depois como é que é?! Hum?!"
Gosto desta gente de convicções profundas! Oh se gosto!

Nestes dias

Ando perdida entre festas de casamento e ombro amigo às relações que vejo desmoronar.
Tenho duas grandes amigas que colocaram um ponto final nas suas relações.
Muito por culpa de gajos absolutamente idiotas, que resolvem ser teenagers outra vez, e assim deitam tudo a perder.
Eu que pensava que a maturidade depois de adquirida era para sempre, estou a ser surpreendida a cada momento.
Mas esta gente esquece todos os valores, esquece uma vida construída a dois... só porque é giro voltar a andar na noite, nos copos e a engatar miúdas??!!!
Juro que não sei o que dizer às minhas pequenas. Fico só ali, do lado delas, a ouvi-las e a prometer-lhes que ainda serão muito felizes.
Aprecio-lhes a determinação e orgulho-me da sua lucidez.
Resta dizer que por causa destas longas noites de partilhas, tenho aproveitado para conversar muito com o meu homem.
Tenho de facto um gajo do caraças ao meu lado! Somos tão cúmplices, somos tão parecidos na forma de enfrentar a vida, que chega a ser assustador.
E ele é sem dúvida a razão pela qual eu acredito no amor. No amor verdadeiro. E é por causa dele que consigo dar alento às minhas pequenas!

Post que apenas as mulheres poderão entender

Já algum tempo que não ia a uma consulta de ginecologia.
Liguei para a clínica onde habitualmente costumo ir, e informaram-me que a Dra. J.P. (uma santa! uma santa!)se encontrava de licença de maternidade.
Lá me disseram que a substituí-la estava um médico de dois apelidos, muito competente, braço direito da Dra. J.P., que certamente iria gostar.
Lá marquei a consulta, tentando afastar aquele pensamento de "oh pá, um gajo. Hum.. não sei se me sinto à vontade com um gajo... prefiro mesmo uma mulher."
Hoje foi o dia da consulta.
Lá estava na hora agendada, a funcionária acompanha me ao gabinete... espero pelo médico e quando ele chega... OH SHIT! OH SHIT! Houston we have a problem!
Diz ele: "Bem me parecia que devias ser tu! Pelo nome... Então, como é que tu estás?! Há quanto tempo que não te vejo rapariga..."
Eu fiquei mais vermelha que a claque do Benfica!
"Olá G., de facto há muito tempo que não nos vemos." (Talvez porque tenhas encornado uma das minhas melhores amigas, com uma gaja com ar de bardajona... mais do que uma vez, seu grandessíssimo cabrão!)
Continuei... "Não fazia ideia que estavas aqui nesta clínica. Aliás, nem sabia que eras ginecologista. E pelo nome clínico que são dois apelidos, nunca chegaria lá..."
Não sei porquê mas tive necessidade de me explicar.
Ele: "Então e novidades?! Como está a A., o D., a S...."
Lá respondi que estavam todos maravilhosos. (A S. é a ex-namorada e está muito melhor sem ti!)
Ele: "Então e o que te traz por cá?!"
(Problemas nos ouvidos não deve ser de certeza, oh estúpido!)
Eu: "Consulta de rotina."
Ele: "O.k. Sabes os procedimentos." E aponta para a marquesa.
O QUÊ?!
Delicadamente disse-lhe: "Olha G., isto para mim é um bocado constrangedor. Não me sinto à vontade para fazer a observação contigo... não leves a mal."
(Na verdade achava que abrir as pernas para ser observada por aquele traste, era quase a mesma coisa que ir para a cama com ele... Old fashion, maluquinha... o que queiram! Mas isso não me saía do pensamento.)
Ele compreendeu. Relativizou a coisa com uma postura ultra profissional.
Mantive a minha.
Ele acompanha-me à porta.
Dá-me dois beijos e abraça-me. Diz-me: "Foi mesmo bom ver-te. A sério."
Quando dou conta, tenho a sala de espera inteira a olhar para mim!
Devem ter pensado que eu e o ginecologista tivemos um affair dentro do consultório.. pelas caras das alminhas, só pode!
Não paguei consulta nenhuma. Menos mal, até porque em boa verdade não houve consulta.
Saí do consultório. Liguei à S.
Disse-lhe que não ia acreditar no que tinha acabado de me acontecer. Contei-lhe.
Ela só ria.
Quando lhe expliquei que se ele me observasse seria a mesma coisa que ir para a cama com ele... ela responde: "Ainda bem que não foste. O gajo não é assim tão bom como pensa... e tu nunca conseguiste ser grande fingidora, não é verdade?!"
Fartei-me de rir.
Continuo a rir.
Estou deserta para contar ao meu homem a aventura de hoje. Ai se estou!